Organizadores: João Paulo Cunha , Titane e Ludmila Ribeiro
O diretor, dramaturgo e ator João das Neves alimentava, há alguns anos, o desejo de registrar sua trajetória em Minas Gerais, falando de cada espetáculo, dos encontros e dos desafios em mais de 20 anos de vida intensa no estado. Não seria um exercício de memória, de prestação de contas ou de reflexão teórica sobre o teatro, mas uma abertura emocionada e crítica para um momento da vida particularmente criativo de sua longa e produtiva existência. Essa, talvez, seja uma boa definição da arte de João das Neves: abertura para a vida. João planejou esta publicação que ficou como promessa e compromisso para os admiradores de seu trabalho, após seu falecimento em 2018. Sem a palavra viva do criador, o diálogo com outros interlocutores foi sendo tramado, bem no estilo de obra aberta e colaborativa que sempre marcou os projetos do artista. João das Neves não gostaria de ser objeto de homenagens ou celebrações. Radicalmente crítico, certamente era assim que queria ser tratado. Enquanto muitos criadores alimentam uma relação de desconfiança com a crítica, a academia e o jornalismo, para ele a obra completava-se ao despertar interesse na arena pública dos debates estéticos e políticos, formais e ideológicos. A discordância não era o cancelamento da voz, mas o incentivo a um coro que não tinha receio da fricção.
“Estado de Arte - João das Neves e Minas Gerais" registra em livro a trajetória do diretor, dramaturgo e ator João das Neves em Minas Gerais, entre os anos de 1992 e 2018. O livro é dividido em três partes. Na primeira, é apresentado um perfil biográfico de João das Neves, de caráter histórico, que se baseia em dois processos nos quais o dramaturgo esteve envolvido em seus últimos anos. A segunda parte reúne textos dedicados a cada espetáculo dirigido pelo artista a partir de Minas Gerais. Foram escritos, especialmente para o volume, por profissionais do jornalismo cultural também radicados no estado.A terceira parte contempla as veredas do afeto e da reflexão com estudos e textos pessoais de críticos, diretores, professores, escritores, jornalistas, dramaturgos, atores e outros colegas que conviveram ou partilharam processos de criação com João das Neves, artista que reinventou dramaturgias, carpintarias teatrais e espaços cênicos e, com genuína sensibilidade, compreendeu a simbiose entre o teatro e o universo cultural brasileiro em sua exuberante diversidade.
O Laboratório Editorial Aquilombô é a frente editorial do “Aquilombô – Fórum Permanente de Artes Negras”, um espaço onde convergem teatro, música, literatura, performance e residências. AQUILOMBÔ – FÓRUM PERMANENTE DAS ARTES NEGRAS
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